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Peru - Norte

 

A ideia inicial era ir ao Maranhão, ficar uma semana nos Lençóis, ir ao Delta e voltar por Jericoacoara, mas viajar pelo Brasil é caro demais! A passagem Rio x São Luis x Rio era R$ 1.200,00 contra R$ 350,00 de Rio x Lima x Rio, quase quatro vezes mais, sem contar com o direito da passadinha no Duty Free e a certeza de gastar também muito menos com hospedagem, alimentação e transporte interno. Mais uma vez, ficou claro que a estrutura turística peruana está anos luz à frente da brasileira. Agora, mais ao norte: quatro dias em Huaraz, três dias em Trujillo e dois dias para Lima.

 

Huaraz estava no roteiro da viagem de 2011, mas fomos em dezembro, época das chuvas e acabamos abortando a missão. De Lima para Huaraz são oito horas de estradas sinuosas, passando por climas diferentes, parte acompanhando o Pacífico, uma parte desértica e a grande serra que nos tira do confortável nível do mar até os 3100 metros, por isso optamos pelo primeiro ônibus da manhã, para aclimatarmos um pouco durante a viagem. Para esse horário, só havia a opção pela Cruz del Sur, na minha opinião, a melhor companhia de transporte rodoviário do Peru (para ir à noite, também há opção de horário pela Moviltours).

 

Vamos falar sobre a altitude. Eu não posso ser considerada 100% sedentária, apesar de fora do peso, tenho uma média boa de caminhadas. Durante seis meses antes da viagem, aumentei minha média, fazendo 25Km/semana, com uma certa facilidade, porém uma coisa é caminhar no plano, outra é fazer o mesmo trecho em altitude superior à 4000 metros, tendo subidas então, é praticamente missão impossível. Portanto, abri o bico na primeira grande trilha: da Laguna 69 (15 Km) e nem tentei a Churup (subida mais íngreme). Se não tem experiência com alta altitude e longos trekkings: fique no básico, que já vale muito a pena... ahhhh.... e mesmo no básico, não faça o Nevado Pastoruri (5.000 metros) no primeiro dia. Esse foi mais um erro meu.

 

Roteiro básico - Para o público que gosta de aventuras voltadas para a máquina fotográfica:

 

 

Chavin de Huantar

 

Chavin de Huantar é um sítio arqueológico que cobre 15 hectares. Era o eixo de coesão da cultura Chavín, no Callejón de Conchucos. O principal motivo do progresso de Chavín de Huantar foi que se converteu na agricultura mais moderna e produtiva e inovadora de sua época e dentro dessa agricultura, o milho, ocupava o lugar principal, juntamente com seus derivados. A decadência de Chavín de Huantar parece estar mais relacionada com o estancamento do desenvolvimento que eventual intervenção militar de outras culturas, ou seja, ocorreu um esgotamento como cultura, sendo superada por outras mais recentes, que a sobrepujaram.

 

O templo maior guarda a escultura original do Lanzon Monolítico, uma pedra é esculpida a imagem do deus do mundo inferior, também chamado de "O Deus Sorrindo", responsável pela fertilidade da terra e das estações. 

 

Também foram encontradas cabeças clavas: cabeças de pedra de vários tamanhos com estrutura alongada na parte de trás por meio do qual estavam inseridos na parede do templo, destinadas à exposição, formando uma fileira, contornando a construção. Essas cabeças representavam guardiões ferozes do gabinete, para afugentar os maus espíritos. Em todo o sítio, somente há uma das 42 cabeças encontradas, as demais estão em exposição no Museu Chavin.

 

As ruínas foram declaradas Patrimônio da Unesco em 1985.

 

 

Llanganuco

 

Há um roteiro básico, onde o objetivo é a visitação das duas lagunas que formam a Llanganuco:  Orconcocha e Chinancocha, passando pelos povoados de Carhyaz e Yungay (cidade completamente destruída pelo último terremoto de 1970). Como fiz o roteiro da Laguna 69, passei pela linda laguna azul turquesa na velocidade da luz e fiquei cinco horas tirando fotos e lendo no busão até que o pessoal retornasse da trilha. Arreguei no fim do Km 4 da trilha, com o batimento cardíaco acima de 85% da frequência máxima (eu que não sou boba, tinha colocado o Polar). Nem fiquei chateada. Assim que comecei a retornar, passou uma outra brasileira que também havia desistido (magra como um palito - fiquei satisfeita em saber que não só as gordinhas sofrem com a altitude!!).

 

 

Nevado Pastoruri

 

O caminho até o nevado já é um atrativo, passando por alguns povoados como Ticampampa e Recuay e a bela vista da Cordilheira Blanca. Seu pico atinge 5.240 metros, mas o glacial está em declínio devido aos efeitos do aquecimento global (há uma previsão de desaparecimento total entre 15 e 20 anos). 

 

Fizemos esse roteiro no primeiro dia e eu passei muuuuuuuito mal ao chegar aos 5000 metros, com muita taquicardia e dor de cabeça. Em suma, faça quando se sentir devidamente aclimatado.

 

Mesmo em estado sofrível, aproveitei o belo visual e o meu primeiro contato com a neve no momento de "estar nevando". Todas as vezes anteriores a neve já estava lá!!!

 

Há uma parada no caminho para ver de perto a Puya Raymondi, uma espécie de bromélia enorme, que pode chegar à 14 metros de altura.

 

 

Huaraz - Centro

 

Entreguei os pontos e nem sequer cogitei fazer a trilha da Laguna Churup, que apesar de mais curta, é mais íngreme, com direito à escalada e tudo... minha amiga foi na fé e no fôlego e eu tirei o dia na minha própria companhia e minha câmera recém adquirida. Acordei mais tarde, tomei aquele café magnífico do hotel com bastante calma e saí para as ruas, justamente no momento que soaram os alarmes de simulação do sismo, com direito à evacuação de escolas, organização do trânsito e toda a movimentação.

 

No primeiro momento de Huaraz, temos a impressão de caos e desordem, a maioria das construções ainda estão sem emboço, o comércio parece Madureira tanto na estrutura quanto no vai-e-vem de pessoas e há muitos ambulantes. Tudo muito diferente do que eu havia visto em Lima e no sul, mas sair para "photostreetear" me ofereceu outro ponto de vista: uma cidade em processo lento de reconstrução, decorrente da falta de investimento, provavelmente como em muitos países latinos.

 

Um dia depois desse dia que saí para bater perna no Centro, o grande terremoto estaria completando 43 anos (aconteceu em 31/05/1970 às 15:23). Conhecido localmente como o terremoto de 70, foi terremoto de magnitude 7,9 da escala Richter, seguido de uma avalanche de 80 milhões de metros cúbicos de gelo em uma velocidade entre 200-335 Km/h, que enterrou a cidade de Yungay. O terremoto durou 45 segundos.

Fui procurar no Youtube e encontrei um video, depois de assistir, me apaixonei mais ainda pelo povo peruano. Reconstruir depois de tudo o que aconteceu, é uma tarefa para muito tempo, com muito sofrimento e muitas lágrimas.

 

Foi um dos terremotos mais destrutivos da história do Peru, não apenas pela magnitude, mas também

pelo número de perdas humanas que afetaram a região de Ancash e várias províncias ao redor,

prejudicando a extensa área de cerca de 1.000 Km de extensão e 250 km de largura a partir da costa e

as montanhas do Peru e com a morte de quase 80 mil habitantes e o desaparecimento de 20 mil.

 

A cidade de Huaraz foi 97% destruída, sendo  o anel da Plaza de Armas a única coisa importante

que não foi destruída. A cidade foi obscurecida por um manto negro de poeira. Somente em Huaraz,

foi registrado a morte de 10 mil pessoas. Em Yungay, o registro foi de 25 mil, salvando-se 92 pessoas que

fugiram para o cemitério local (uma antiga fortaleza pré-Inca),  a maioria eram crianças que frequentam

um circo itinerante chamado Verolina.

 

A região de Ancash ficou isolada por meses.

 

E foi um pouco dessa história que pude conhecer nesse dia, já que todo o turismo é voltado para a aventura, para as trilhas e escaladas.

Museu Arqueológico de Huaraz - Plaza de Armas, Av. Luzuriaga 762 - http://www.huaraz.com/museo/. Há um belíssimo jardim nos fundos.

Plaza de Armas e Catedral (ainda em construção)

Igreja de la Soledad

José Olaya - único bairro que resistiu ao terremoto de 1970, com casario colonial original.

 

 

Hospedagem:

Hatun Wasi - O hostel fica distante sete quadras da Plaza das Armas, o que necessariamente não é um transtorno, já que a cidade é bastante barulhenta (o pessoal lá tem uma tara por buzinas) e a rua do hostel é silenciosa e calma. O chuveiro mais quente do Peru fica lá!!!! É claro, que saíamos para comer a pé e na volta batia aquela preguiça... mas o custo de 3 soles para o táxi nem impactou o orçamento.Limpo, silencioso, quentinho e com um preço super honesto, além de café da manhã serviço no terraço, com uma vista linda e direito a escolher entre o continental, americano, local e vegetariano (este o meu preferido, por sinal - frutas, iogurte e kiwicha).u Onde comi:

 

Onde comer:

-> Café Andino - O melhor lugar de Huaraz, boa comida, boa bebida, ambiente aconchegantérrimo, música ambiente de tirar o fôlego. Dos quatro dias em que estive em Huaraz, fui ao Café por três vezes.

->El Horno - Massas e pizzas. Boa relação custo x benefício.

->Encuentro - O melhor suco de maracujá que já tomei na vida. É o point da turistada em Huaraz. Comida saudável e boa música.

-> Creperie Patrick - Restaurante na Avenida Luzuriaga, 422, que consegue estar escondido mesmo na principal avenida da cidade. Deliciosos crepes. 

->Café 13 Buhos - Cerveja artesanal, troca de livros, joguinhos em um ambiente super diferente. Lindo.

 

Tours locais:

Quechuandes - Não é à toa que está com a classificção nr.1 no Tripadvisor. 

 

 

Mergulhando nos sítios arqueológicos - cultura pré inca Trujillo e Chiclayo

 

De Huaraz para Trujillo somente há opção de viajar pela Moviltours, que não é tão boa quanto à Cruz del Sur. Oito horas de viagem que mesmo em bus cama, é uma tortura. Não adianta, eu não consigo dormir de barriga para cima!El Brujo

 

Chegamos a Trujillo de madrugada e deu para tirar um soninho até o meio da manhã, já que o passeio do dia saía às 10:00, para o Complexo El Brujo, a uma hora do centro (aproximadamente 60 Km), compreende as Huacas Prieta, Partida e Cao Viejo. Os trabalhos arqueológicos começaram no na década de 90 e tiveram o ápice ao encontrar o túmulo da Dama de Cao,  em 2006. O luxo dos adornos  que foram desenterrados com a múmia confirmam que se tratava de uma personagem respeitada e idolatrada por seu povo, supostamente uma líder espiritual ou governante. 

 

O complexo de El Brujo começou a ser construído aproximadamente nos anos 200 d.C. e alcançou 30 metros de altura sobre uma base de 120 metros quadrados. Teve quatro etapas de construção: o templo principal, de formato escalonado, é o resultado de quatro edifícios superpostos, um construído sobre o outro, prática adotada pelos moches.

 

Não incluímos nenhum roteiro na parte da tarde, aproveitando para fotografar os lindos casarões coloridos de Trujillo, bater perna pela ruas do centro colonial, alguns museus e provar a Mazamorra Morada (sobremesa de milho roxo tipo uma gelatina incrementada - super deliciosa!!).

 

Voltamos para o hotel no pó da rabiola. Afinal, viajar cansa também!

 

 

Huacas del Sol y de la Luna

 

Aos pés do Cerro Blanco, as Huacas del Sol y de la Luna confirmam o principal núcleo político e cerimonial da cultura moche (ou mochica), entre 200 e 850 d.C. Duas grandes estruturas piramidais dominam a paisagem. Foram batizadas pelos arqueólogos de Huaca (templo) del Sol y de la Luna, das quais apenas a segunda está aberta à visitação (na primeira ainda não há trabalho de escavação arqueológica). Os estudos levam a crer que a área um dia abrigaou uma cidade onde viveram de 5 mil a 10 mil pessoas.

 

O projeto arqueológico começou apenas em 1991 e, desde então, o passado moche vem sendo desenterrado. Anteriormente, o local já havia sido alvo de saques realizados por caçadores de tesouros. Mesmo assim, muitos objetos e peças de metal e cerâmica foram encontrados e deram origem à exposição no Museu Huacas de Moche, muito bem estruturado.

 

As pinturas e esculturas constantes nas pirâmides reconstituem a história dos moches ao longo dos tempos, levando a crer que haviam sacrifícios humanos em homenagem ao deus Ai-Apaec, o degolador. Arqueólogos descobriram no local um aterro com mais de 40 guerreiros sacrificados. O deus é representado com os olhos arregalados e os dentes arreganhados. 

 

A estrutura da Huaca de la Luna apresenta cinco níveis diferentes, cada um erigido em intervalos de aproximadamente 100 anos. Em todos há enterros de personagens importantes na época. Nas tumbas de líderes políticos, religiosos e militares eram depositadas todas as suas vestimentas e ornamentos utilizados em vida, além de pertences e objetos de uso comum oferecidos pela população.

 

Aqui, de nada valia a máxima "da vida nada se leva".

 

 

Huaca Arco-Iris e Chan Chan

 

A cidade cresceu demais em torno da Huaca Arco Iris (também chamada de Huaca Dragon), que representou a era Chimu, entre 800 - 1200 d.c. É uma grande pirâmide que serviu de centro religioso e administrativo. Há figuras antropomorfas que representam o arco iris, origem do nome. O grande diferencial dessa Huaca, é que há uma grande rampa que leva ao topo, praticamente intacta.

 

A cidade de barro de Chan Chan era a capital do Reino Chimú, cultura que se expandiu e dominou a costa norte do Peru por aproximadamente 600 anos, de 850 a 1470, quando foi sobrepujada pelos incas. Estima-se que Chan Chan, principal centro político e cerimonial chimú, tenha abrigado até 100 mil pessoas em seu apogeu.

 

Toda construída em adobe, a cidade ocupou uma área de 20 quilômetros quadrados, dos quais ainda restam 14 mil quilômetros quadrados, e foi declarada Patrimônio Cultural da Humanidade pela Unesco em 1986. Hoje a visita se restringe ao setor conhecido como Palácio Nik An . Totalmente amuralhado, o Palácio abriga praças cerimoniais, armazéns para estocagem de alimentos, recintos privados, uma plataforma funerária e outros espaços, além de alas inteiras com paredes e muros esculpidos com peixes, aves, esquilos e ondas do mar, entre outras figuras.

 

Essa parte de visitação foi completamente restaurada, o que particularmente, nos faz sentir estar visitando um parque temático. Confesso que fiquei muito frustrada com Chan Chan.

 

Para fechar o dia, a programação reservava o por do sul em Huanchaco, mas o tempo estava nublado. Tínhamos até pensado em ficar para jantar, mas com a temperatura caindo vertiginosamente optamos por voltar para Trujillo. Eu estava doida por uma ducha, depois de um dia inteiro percorrendo os sítios... comi muita poeira. Podres de cansaço, comemos no La llave e voltamos para o hotel. Nesse dia, minha amiga continuou suas férias seguindo para Cajamarca e eu já estava chegando ao final das minhas: um dia em Chiclayo e mais dois dias em Lima. Tudo passou muito rápido!!!

 

 

Hospedagem:

Hostal Colonial - Está maravilhosamente bem localizado, uma quadra atrás da Catedral e Plaza de Armas (via a cúpula da janela do meu quarto). O chuveiro é quentíssimo, tem Globo Internacional na TV (para matar a saudade do português). Não tem café da manhã incluso, mas é colado ao Café Deza, que é um café ótimo e charmoso. Custa 50 soles (R$40,00) a diária do quarto single (uma bagatela!!). A arquitetura é linda, um casarão enorme colonial. Utilizamos os serviços de turismo do próprio hotel. Mais uma vez contamos com atendimento VIP, dessa vez do Cesar, que nos ajudou demais com os roteiros.

 

 

Onde comi:

-> El Celler del Cler - Arrisquei no cervo e me dei bem. Comida excelente (inclusive croutons maravilhosos de entrada). Ambiente legal. Pecou em servir sachet de catchup e similares na mesa. Bom atendimento.

-> La llave - La fui eu no cervo novamente, mas os legumes do acompanhamento estavam melhores ainda... o suco de granadilla um espetáculo. Na verdade, funciona mais como um café que um restaurante. 

->Casona Deza Cafe - Point do café da manhã. Um casarão cheio de móveis antigos e uma área externa também bem legal. Panquecas com mel dos deuses.

-> Chez Gerard - Localizado no térreo do Museu de Juguetes, tem um ambiente bem retrô e rola uns shows de jazz. Tomei um pisco sour bem bom...

 

 

Chiclayo

 

Comprei minha passagem aérea de retorno à Lima por Trujillo, por isso minha opção para conhecer Chiclayo foi acordar mega cedo e fazer um bate-volta (são três horas de busão para cada trecho). O roteiro do dia era conhecer Tucume e seu respectivo museu, o Bosque de Pomac, almoçar e na parte da tarde ir ao Museu Tumbas Reais do Sr. Sipan. Sinceramente... o último museu é simplesmente fantástico, mas fizemos a visita em uma super correria, porque perdemos tempo demais nas pirâmides de Tucume sem necessidade, pois nada mais são que pirâmides desfeitas pela ação da erosão e mais parecem morros, nem de longe lembrando o que um dia foram templos.

 

A Huaca Rajada, onde foram encontradas as tumbas que deram origem ao grande museu, fica no Bosque de Pomac, mas não pude visitá-las, pois nos dias anteriores houve uma chuva forte que impediu o acesso. 

 

 

Tucume

 

O Museu foi construído em forma de pirâmide e guarda o histórico das escavações arqueológicas que culminaram na descoberta da tumba do Senhor de Sipán, que supostamente foi um governante da era moche que governou a regição entre os séculos II e III. O museu foi inaugurado em 2002 e a tumba descoberta em 1987, bem recente... é considerado o achado arqueológico mais importante do Peru.

 

Infelizmente é proibido tirar fotos no interior do museu. Nas escavações, além da tumba principal, foi encontrada a tumba do senhor velho, supostamente o tataravô do senhor de Sipan, em melhores condições, já que a forma de construção da tumba foi mais protegida contra soterramento.

 

Os estudos demonstraram que os moches acreditavam em vida pós morte, já que haviam oferendas e pessoas sacrificadas para o acompanhar: guerreiros com os pés cortados (simbolismo de que proteção eterna ao Senhor, já que não poderiam fugir sem os pés), um sacerdote, três concubinas, um cachorro, duas lhamas, uma criança, centenas de cerâmicas e ornatos de cobre e ouro.

 

No museu, além dos restos das ossadas, há réplica das câmaras funerárias e exposição das peças originais, que foram restauradas pela equipe do Museu de Mainz da Alemanha entre os anos de 1988 e 1993.

 

No site oficial do museu: http://www.museotumbasrealessipan.pe/, há todo o histórico das escavações e os resultados do espetacular trabalho de recuperação das peças. O acervo é impressionante!!!!

 

A viagem de volta à Trujillo, foi super cansativa, muitas paradas e ônibus bem desconfortável. Meu vôo para Lima saía às 15:00, logo aproveitei para dormir até mais tarde, tomei café com bastante calma na Casona Deza (de novo!!!) e fui "photostreetear" na cidade, que contava com apresentações escolares devido ao Dia do Meio Ambiente. Consegui entrar na Catedral,  visitar o Museu de Antropologia e entrar no Mercado Municipal.Tudo com aquela calma maravilhosa de quem não tem nada na programação do roteiro da viagem: the day free!!! Eu raramente viajo com operadoras de turismo, mas sempre organizo meu roteiro. Um dia livre tem suas vantagens!!!

 

 

Lima

 

Cheguei em Lima no finalzinho da tarde. Optei por ficar no Centro, porque teria somente um dia para recordar Lima de 2011. E aí me presenteei ficando no Gran Hotel Bolivar, um hotel de 1924, que já teve seus tempos áureos, localizado no coração da Praça San Martin. O hotel continua lindo, mas merecia um café da manhã mais atencioso e é claro que escolhi um quarto voltado pra rua, para ver e fotografar o movimento, mas me ferrei, porque o peruano adora uma buzina. Era como estar hospedada na esquina da Avenida Rio Branco. Sem arrependimentos, mas na próxima, vou escolher o quarto interno.

 

Aproveitei o fim de tarde para bater perna na Calle Jr. de la Union, o calçadão de Lima e aproveitar as promoções de inverno na Ripley e Falabella, com aqueles preços ótimos que não encontramos no Brasil, fui dar uma olhada naquela movimentação gostosa da Plaza de Armas e parei para "almojantar" no recomendado El Estadio, acabando definitivamente com o tabu de pedir uma cerveja estando sozinha. 

 

O local é temático, com foco no futebol mundial (eu que já gosto de futebol, gamei...), em algumas mesas você pode dividir o espaço com estátuas de grandes jogadores, como Pelé, Ronaldinho Gaúcho, Messi e Maradona (não preciso nem dizer que esse é o sucesso... até eu tirei foto com o argentino). Na TV, passava o campeonato peruano e o Alianza Lima deu uma coça em um time que nunca ouvi falar. Tomei quatro cusqueñas, comi o melhor lomo saltado da viagem, atravessei a rua e já estava no hotel... um luxo!!!

 

Dia seguinte, fui cedinho comprar a pedaleira da guitarra do filhote na Plaza 2 de Mayo (com a maior atenção possível, já que me recomendaram muito cuidado). Fui sem máquina, com o dinheiro regulado no bolso e a pé!!! Nem preciso dizer que achei o lugar mega light, afinal eu moro no Rio de Janeiro.

 

Sem um destino pré definido, deixei o usual me conduzir: Plaza de Armas, Centro Cultura que tinha uma exposição muito legal de xilografias, tour na Catedral (fiquei duas horas lá!!), troca da guarda (dessa vez com direito a ver o Presidente Ollanta Humala), não podia deixar de ir novamente ver as impressionantes catacumbas do Convento de São Francisco. Parei de novo para a cerveja e almoço no El Estadio e no fim da tarde percorri os milhões de sebos da rua lateral do hotel, procurando pechinchas de livros em espanhol e é claro que encontrei!!! Feliz demais por comprar O amor nos tempos do Cólera, por 4 soles.

 

E para fechar minha passagem por Lima com chave de ouro, fui tomar umas cusqueñas com um peruano que conheci em Huaraz e  acabamos indo parar em uma boate, dançando até as 3 da madruga (tocou até Dança da Manivela.... kkkkk). Às cinco eu tinha que estar de pé para me arrumar para ir embora, meu voo partia às 8:00. Em suma, cheguei acabada em casa para trabalhar no dia seguinte... férias para descansar, só na próxima...

 

 

 

 

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