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MÉXICO, DE NOVO!!!! E DE NOVO SEM CANCUN!!!! 

Por que o México de novo? Porque dessa vez não escolhi o destino, ele me escolheu. Na verdade, foi a companhia aérea que escolheu pelo valor irrecusável da passagem. 

Juntar cinco cabeças, com personalidades, bolsos e objetivos de viagem distintos é um exercício para lá de desafiador! A minha cabeça  sempre objetiva a viagem fotográfica e por isso me fez priorizar mais dias em Yucatan que em Quintana Roo, enquanto o pessoal foi para Cancún eu fui para Mérida, assim pude curtir mais sítios arqueológicos. Definida essa primeira parte, tentei colocar na roda os lugares que seriam um pouco menos para a “turistada". Chegamos pela Cidade do México, mas foi somente uma noite, que conseguimos usar para assistir a Lucha Libre e no dia seguinte deu para fazer as Pirâmides de Teotihuacán, que fizemos por conta própria, usando metrô e ônibus.  

 

Chegamos mais ou menos às 4 da tarde e do aeroporto pedimos um Uber até à Plaza Garibaldi, onde decidimos ficar pela proximidade da Arena Coliseo, onde aos sábados tem a Luta Livre. É uma cidade do México completamente diferente de onde fiquei quando me hospedei pela primeira vez em Juarez. Dá para identificar como, dessa vez fiquei na CDMX raíz e antes tinha ficado na CDMX Nutella. Ficamos no Hotel Plaza Garibaldi, bem no meio do fervo, pois é a praça da tradicional apresentação dos Mariachis, os músicos mexicanos das famosas serenatas. Bem... eu não pude fotografar a Luta Livre, na entrada, os caras revistam e as câmeras são proibidas (mas os celulares, não... vai entender). Tive que voltar ao hotel para deixar minha câmera (ainda bem que era perto). A apresentação é muito tosca, como o telequete da TV nos anos 70, acho que curtiríamos mais se não o cansaço do voo não tivesse batido. Rodamos pela praça, vimos uma apresentação aqui ou acolá, comemos no hotel mesmo. 

 

Na manhã seguinte, pegamos o metrô na Plaza e pela Linha 5 – Amarela para ir à Estação Autobuses del Norte, de onde no Guichê 8 saem ônibus a cada meia hora Teotihuacam. Tem que se ligar e pedir ao motorista para te deixar na entrada do sítio. Nós vacilamos e fomos parar na cidadezinha, de onde pegamos uma van de lotação. Na volta, é a mesma coisa, pegamos o ônibus no portão de entrada do sítio. Na minha primeira vez eu fui de tour, o que me deixou revoltada, porque é muito fácil ir por conta própria, dez vezes mais barato (gastamos uns 30 reais ida x volta) e muito mais legal, porque no tour se gasta um tempo danado parado em lojas macomunadas com as empresas de turismo. Da estação de ônibus, pegamos o metrô direto para o aeroporto.  Tudo isso com muita facilidade, pois ao chegar, tínhamos deixado nossas malas em um locker e ficamos só com uma muda de roupa na mochila de mão. Ali nos separamos, eu peguei um voo para Mérida e os demais quatro seguiram para Cancun. Três dias depois, nos encontramos na porta de entrada de Chichen Itza. 

Mérida é considerada a cidade mais segura do México e, provavelmente, a mais quente. Da Cidade do México para lá, fiz em voo interno pela Interjet, uma lowcoast mexicana super boa. E me presentei nutellando na hospedagem, ficando no Gran Hotel Merida, fundado em 1901 em um tradicional prédio colonial no coração da cidade. Era um domingo à noite e a região estava fechada para o trânsito, famílias nas ruas, feirinhas de artesanato e muita música.  

 

Já havia contratado o tour pela Mayan Ecotours para fazer os sítios de Uxmal e Kabah. E que me desculpem aqueles que acham que Chichen Itza é “O” lugar, eu achei Uxmal muito mais fantástico. Um lugar cheio de lendas que começa pelo imperador do lugar que era um anão e por isso a Grande Pirâmide tem degraus tão estreitos. Dizem que a cidade foi fundada por uma tribo chamada Los Xiues e que teve seu ápice entre os anos de 600 e 900 d.C, com uma população de 20 mil habitantes. Hoje, a cidade tem 15 edifícios em uma extensão de dois quilômetros. A primeira construção vista ao se entrar no parque é a Pirâmide do Adivinho, com quase quarenta metros de altura e laterais arredondadas e atrás dela o Quadrilátero das Freiras, subindo um pouco mais pelo terreno passamos pelo Jogo das Pelotas e em seguida o Palacio del Governador. O guia nos contou que o primeiro projeto de restauração do governo mexicano começou em 1927 e que em 1975 a rainha Isabel II esteve na festa de inauguração do espetáculo de luz e som, quando começou a tocar a oração maia ao Deus Chaac (da chuva), caiu uma chuva absurdamente forte fora da estação. 

 

Durante o percurso entre Uxmal e Kabah, perguntei ao Raul como conseguiram manter os sítios sem que os espanhóis os destruíssem e ele respondeu: “fueron las malezas” e eu na minha mente superticiosa pensei em proteção divina, até que ele me explicou que maleza é o mesmo que erva daninha, ou seja, por muitos anos os sítios ficaram escondidos no meio da mata. 

Kabah fica 18 Km distante de Uxmal, que quer dizer “mão forte”. A área foi habitada desde meados do século III aC. A maior parte da arquitetura agora visível foi construída entre o século VII e o século XI.  A contrução mais interessassante é o Palácio Codz Poop, chamado também de Palácio das Máscaras, pois sua fachada é decorada com máscaras de pedra com o rosto de Chaac, o deus da chuva. 

Entre os dois sítios há um povoado chamado Santa Elena, cuja igreja se vê ao fundo e foi construída pelos espanhóis na parte mais alta da cidade com o objetivo de demonstrar que o cristianismo estava acima de tudo.  

 

O tour incluía o almoço (sem bebidas) em um restaurante típico yucateco. Estávamos em cinco: eu e mais dois casais mexicanos de Monterrey. É claro que mesmo com meu portuñol horroroso, conversamos pacas e uma delas me deu várias dicas de como não passar fome no México, já que eu não como milho.  Minha vida no México mudou com a palavra “harina”, que é a farinha de trigo. 

Merida entrou nos meus planos por causa de uma foto que vi no instagram do Monumento a la patria (to the Fatherland). Então passei no hotel para uma ducha e uma horinha de descanso e fui e voltei à pé, batendo perna pela cidade até achar o monumento que fica no fim do Paseo de Montejo, uma avenida enorme, como uma Champs Elyses de Mérida, com casarões históricos, cafés, bares, bancos para sentar e ver a vida passar (e aproveitar o  wifi free).  

 

No dia seguinte, fui na dica do recepcionista do hotel, que me ensinou a ir à Izamal de busão sem a necessidade de contratação de um tour. As ruas de Mérida são classificadas por números, subindo são ruas pares e as transversais ímpares e assim foi fácil chegar à estação de ônibus (praticamente na esquina da 50 com a 67). De Mérida a Izamal são 70 Km, percorridos em pouco mais de uma hora. Ao retornar voltei de van, quinze mil cabeças e eu a única turista no meio. Provavelmente o povo pensando: “o que essa louca está fazendo sozinha por aqui?” 

Izamal é uma cidade colonial chamada de “cidade amarela”, pois suas construções são praticamente todas dessa cor, a começar pelo Convento de Santo Antonio, que é o símbolo da cidade. Além da igreja, há um museu que guarda as fotos, roupas e até a cadeira usada pelo Papa João Paulo II durante sua visita à cidade para o Encontro dos Povos Indígenas em 1993. O convento foi construído sobre as ruínas de uma pirâmide. Há outras cinco na cidade, mas só subi até à Kinich Kakmó (ruínas mesmo, só se vê a base). De duas a três horas é o suficiente para rodar toda a cidadezinha a pé. Voltei cedo para Mérida porque queria ficar umas três horas no Gran Museu Maia, mas bati com a cara na porta, porque o museu não funciona às terças e eu não sei onde eu estava com a cabeça para não me programar. Se eu soubesse, poderia ter feito o museu no dia anterior ao retornar de Uxmal.  

 

À noite eu fui para a Praça do Relógio para assistir a um espetáculo (free) de Jarana, que é uma dança típica de Yucatan misturada ao sapateado. Os casais que dançam jarana fazem isso usando roupas típicas adornados com esplêndidos bordados de ponto de cruz, de cores e desenhos muito diferentes, mas principalmente de flores estilizadas, já os rapazes usam guayabera e calça branca. Foi o ápice da minha passagem por Yucatan e eu fiz muitas fotos das lindas bailarinas. Uns meses depois ao postar no Instagram,  a amiga de uma das meninas a marcou na minha foto e eu tive a oportunidade de mandar todo o álbum. Olha o mundo se encontrando! 

 

E chegou então o dia do reencontro com a galera. Eles alugaram um carro em Cancun e eu peguei um ônibus às 6 da manhã para encontrar com eles em Chichen Itza. Chegamos com a abertura dos portões e conseguimos fazer o tour antes dos ônibus de turismo. Às 11 quando saímos, já estava insuportável. Fugindo das excursões, também chegamos (distante 3Km) ao cenote Ik Kil em um bom horário. Uma hora depois, já parecia o Piscinão de Ramos. Esse cenote é bem legal, ainda que o excesso de turistas tenha seu aspecto negativo. Está a 26 metros abaixo do solo e tem 60 metros de diâmetro (bem grande) com 50 metros de profundidade, o que te dá a segurança de pular sem medo. O lugar tem toda uma estrutura de vestiários, guarda volumes e até restaurantes, mas quando começou a encher nós resolvemos pular fora e seguimos para nossa próxima cidade de parada, onde ficamos duas noites: Valladolid, um dos “pueblos magicos”. 

 

Almoçamos em Valladolid no espetacular restaurante La Casona, um buffet com comida yucateca de primeira, onde o barril de Corona está liberado! É ou não um sonho? Além da comida ser ótima, destaque para a sopa de lima, o lugar é lindo e tem um altar de mosaico  dedicado à Virgem de Candelária. A tadinha fomos ao Parque Francisco Canton Rosado e à Catedral de San Gervasio, construída em 1545. 

Na manhã seguinte, partimos para Ek Ballan, um sitio arqueológico que não entramos porque estava o dobro do preço da entrada do Chichen Itza (que já não é barato). Ficamos com a opção de alugar bicicletas e ir só para o cenote. Ficamos a manhã toda lá, afinal era um “private cenote”. Só nós cinco. Foi aí que me colocaram o apelido de Thanos, por sumir com as pessoas. Esse lugar foi bem legal!!! É cheio de uns pássaros azuis muito lindos.  

 

No caminho de volta à cidade paramos em um outro cenote, mas só lembro que traduzido era “umbigo”. Redondinho e fundo. Bem legal também, mas cheguei à conclusão que sempre vou gostar dos mais abertos. Fiz umas fotos turistonas com uns carinhas do lado de fora vestidos como maias (a cara de tristeza do cara mais alto depois que fui olhar as fotos me deixou bem chateada e até me arrependi de ter só colocado 50 pesos na caixinha).  Almoçamos no Pizza Hut para relembrar os dias no Marrocos (hahahhaha). 

 

No fim da tarde fomos fazer o último cenote que fica numa Hacienda, o Oxman, é fundo, as escadarias sinistras, aí fomos nutellar na piscina e tomar uma cerveja. Finalizamos a noite andando pelas ruas da bonitinha cidade colonial, passando por toda Calçada dos Frades (de los Frailes) até o Convento de San Bernardino de La Siena. Voltamos pela mesma Calçada e paramos em um dos poucos bares abertos, bem típico de filmes mexicanos. Eu fiquei na Corona e a galera encarou os drinks a base de tequila. 

 

De Valladolid fizemos o tiro mais longo da viagem: 260Km até Bacalar, saindo de Yucatan para Quintana Roo. Antes demos uma passadinha no cenote Suytun, só para fotos (hahahhaa). Não me lembro como resolvemos colocar Bacalar no roteiro, só sei que achamos que era muito bom para gastarmos 4 horas de estrada e acho também que era o fogo no rabo de estarmos perto da fronteira com Belize e marcar mais um pin no mapa. Não sei quem decidiu, mas fomos... e foi o melhor lugar dessa viagem!!!! Afinal, é um lugar com as cores do mar do caribe, mas com água doce. Todo mundo que me conhece sabe que eu não sou muito chegada a água salgada.  

 

A lagoa tem 50 Km de extensão e 2Km de largura e ficamos hospedados em um hostel com o pé nela. Assim, a tarde foi para boiar, tomar cerveja e conversar até a língua cair.  Nada de balada, a cidade não tem muito para fazer. Fomos ver o pôr do sol em Chetumal (40Km) no final da tarde e comemos por lá e ainda fomos nos aventurar na Zona Livre, entre o Mexico e Belize. Entramos em um Cassino muito tosco e ficamos lá rindo dos entranhos viciados na jogatina.  

Na manhã seguinte tomamos café no Madre Massa (porque no hostel não havia nada) e fizemos o passeio de barco pela lagoa, voltamos a Chetumal para ir pra Belize, mas a taxa de retorno era muito alta e não atravessamos (para não pagar a taxa, teríamos que ter 8 dias ainda no México),  então fomos a Calderitas e voltamos para nossa hostel, onde a lagoa estava bem boa. Saímos à noite para comer uns tacos na cidade. Foi o máximo da nossa badalação na pacata Bacalar. Sem carro não teríamos feito nada. A locação do carro foi uma excelente opção. 

 

E assim, começamos a voltar no dia seguinte, parando para duas noites em Tulum. Tínhamos reservado um hostel na praia, um erro para quem está de carro, pois não tem estacionamento. Pagamos pela reserva e fomos parar em um outro hotel na cidade. Sem arrependimentos. Não curtimos nada de praia em Tulum, as águas estavam dominadas pelo sargaço (algas) e aquele azul lindo dos cartões postais estava avermelhado. Assim, focamos nos cenotes. Na tarde do primeiro dia, depois de conhecer o sítio arqueológico de Cobá (um tanto decepcionante), encontramos o “Car Wash”, um cenote aberto, não frequentado por turistas, super maravilhoso, com um tom de verde que nunca tinha visto antes. Foi eleito o nr 1 da viagem, sem falar que a entrada custou 50 pesos. Fomos também no Cenote Dos Ojos (350 pesos) e no Calavera (100 pesos) esse também muito maneiro, mas que merecia a visita ao meio dia com o sol incidindo diretamente no buraco (fomos cedinho, bom para curtir sem pessoas, mas não muito bom para fotos). Passamos a tarde no sítio arqueológico, o único a beira mar, o que nos faz deduzir que foi um porto maia. O sítio é muito bem preservado e vale demais a visitação. 

Saímos de Tulum em direção à Playa del Carmen, onde devolvemos o carro. Paramos em Puerto Morelos para dar uma olhada na praia, mas não entramos, o sargaço também tinha dominado tudo.  Encontramos um cenote, aberto, grandão e ficamos por lá. Chegamos em Playa já no fim da tarde, podres de cansados. O Hostel era o exemplo de perfeição, ficava localizado na Quinta Avenida, ou seja, no fervo. Saímos para comprar o ticket para ir para Cozumel no dia seguinte e comemos fora do fervo, no restaurante indicado pela menina da agência de turismo, onde o pessoal local come. ADORAMOS tanto que voltamos lá no último dia de Playa. Só entramos na água em Cozumel, porque Playa del Carmem também estava tomada pelo sargaço. 

 

Então fomos a Cozumel sem gastar a fortuna que as pessoas normalmente pagam quando fazem um cruzeiro. Fomos de ferry boat, a partir de Playa. Ao chegar do outro lado, alugamos um carro para rodar a ilha. Dormimos lá e não havia necessidade, mas no final foi sorte, pois em Cozumel não tinha sargaço e então finalmente curtimos praias caribenhas.  

 

A questão está na privatização das praias. Assim como em Cancun, Cozumel tem 90% das praias privatizadas, logo para curtir você tem que estar hospedado em hotéis pé na areia, o que não foi nosso caso. Achamos a primeira praia possível, mas era vinculada a um bar, com consumo mínimo para poder utilizar. Era pagável e curtimos bem.  Depois seguimos até Palancar, onde é opcional utilizar a estrutura dos restaurantes. Seguimos de carro até a Ponta Sur, mas o jeep pifou e ficamos um tempão esperando a troca. Finalizamos o dia em um outro bar com acesso à praia. Não lembro o nome, mas também não era bom.  

 

A noite é inexistentente em Cozumel, ficamos em hotel bem no centro, bom custo x benefício e piscina no terraço. Mas dormimos cedo, porque cedinho estava tudo fechado. Entregamos o carro cedo, porque o dia tinha sido reservado para o passeio de barco ao El Cielo, que é realmente muito fantástico, muitas arraias e estrelas do mar. No final da tarde, pegamos o ferry de volta para Playa e curtimos a noite na quinta avenida (mas comemos baratinho no El Fogon antes). Pegamos um ônibus da Ado até Cancun e de Cancun pegamos um voo interno para a CDMX, dessa vez ficamos em um hostel no Centro, justamente para dar um rolê pela manhã ao Zócalo, Palácio do Governo e Belas Artes.  

Na volta ao Brasil, a galera voltou porque só tinha 15 dias de férias e eu ainda tinha mais cinco dias. Então, quando o voo parou na conexão em Lima, eu resolvi descer e ficar o finalzinho das férias por lá, dei uma esticada até Cusco, mas isso é papo para um outro post. 

Hospedagem: 

Cidade do México - Hotel Garibaldi e Mexico City Hostel 

Merida – Grand Hotel de Merida 

Valladolid – Hostel Tunick Naj     

Bacalar – Ecocamping Yaxche 

Tulum – Siete Deseos 

Playa del Carmem – Hostal MX 

Cozumel – Hotel Plaza Cozumel                                                                    

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