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Enfim mergulhei nas ruas de Gabo, visitando Florentino Ariza em cada centímetro de Cartagena das Índias. San Andrés e Bogotá como complemento.

 

                                                                                                                                                                  "A vida é uma sucessão contínua de oportunidades". Gabriel Garcia Marquez

 

 

Chegamos em Bogotá à noitinha e optamos pela Zona T, bairro moderninho, voltado para as compras e baladinhas, dentre elas o mais famoso bar da Capital, o Andres DC, que é uma filial do mesmo famoso bar de Chia. Com quatro andares, é uma mescla de bar, restaurante e balada. Cada um dos pavimentos, é representado pelo mundo oculto: Céu, Inferno, Purgatório e Terra. Diversão garantida! É diferente de tudo que já vi pelas minhas viagens. Na manhã seguinte, aproveitamos o tempo antes da saída para San Andrés para conhecer o espetacular Museu Botero, cujo acervo abrange as suas próprias obras e mais algumas de Miró, Picasso, Renoir, Rembrant e etc. Dá para ficar por lá a manhã inteira. O Museu fica na Candelaria, centro histórico de Bogotá, muito perto da Plaza Bolívar, Palácio do Governo e do Centro Cultural Gabriel Garcia Marquez. O tempo em Bogotá passou voando, espremido entre a ida para San Andrés e o retorno de Cartagena. Foi tudo meio superficial e não deu para tirar muitas conclusões, mas não achei a cidade perigosa como sua fama. Nas ruas do Centro, além da Polícia, o Exército também encontra-se em pares nas esquinas, fazendo a segurança. Também não senti desconforto nos mais de 2600 metros de altitude, somente um pouco mais de cansaço.

 

No dia de voltarmos ao Brasil, conseguimos ir pela manhã à Zipaquirá, para visitar a Catedral de Sal, considerada Maravilha da Colômbia, que fica situada à 40Km de Bogotá. Fomos através de um taxi pelo hotel, o que facilitou as coisas, sobrou tempo até para o almoço no Casa Santa Clara, um restaurante belíssimo no Cerro Monteserrat. 

 

Para a logística dos vôos, optamos por gastar um pouco mais, comprando os através da Decolar, na opção de multidestinos, assim conseguindo vôos diretos, fechando BOG x SAN pela Lan e SAN x CTG pela Copa. 

 

San Andres

 

Chegamos em San Andres à  tarde, deixamos as malas no hostal e saímos para explorar a Peatonal, praia do centro, que estava abarrotada com os habitantes da ilha, que curtiam o domingão. Climão: futebol,  cerveja e música nas alturas, se não fosse a salsa, acharia que era o Rio de Janeiro. E o azul do mar? Affffff.... Realmente faz jus à fama de ser o mar de sete cores.

 

No dia seguinte, alugamos o carrinho de golfe para fazer a volta à Ilha, que tem 27 Km de estrada, que percorremos por mais de oito horas, já que foram muitas paradas. O obturador da câmera não teve sossego. 

 

West View - Acordar cedo, pegar o carrinho e chegar o quanto antes em West View é a melhor dica que posso dar. Quando lá chegamos, só havia um casal (de brasileiros, por sinal) e uma hora depois já começava a encher e a ficar desconfortável. West View não é bem uma praia, porque não tem faixa de areia, mas funciona como um mini parque, com tobogã e trampolim (bem rústicos!!!) e uma escada que possibilita descer para nadar entre dezenas de peixes e aproveitar o mergulho livre. Paga-se uma taxa de 4000 pesos.

 

La Piscinita -  Um pouco mais à frente, é similar à West View, sem o trampolim e tobogã, mais um espaço para praticar o snorkel. Não paramos, porque já estava lotada.

 

San Luis - É onde os tons de azul e verde gritam, eu diria que é a praia mais espetacular de toda a Ilha. Não tem estrutura turística, não tem bares, não tem cadeiras, não tem ambulantes, não tem absolutamente nada!!!! E é aí que está todo o charme. É estacionar o carrinho de golfe e esticar a canga. Particularmente, nem o iPod mereceu minha atenção.

 

Sound Bay - Faz parte de San Luis, mas na parte mais habitada. Acidentalmente, achamos um restaurante chamado Donde Francesca para almoçar. Muito maneiro, comer sem pressa, olhando aquele mar de meu Deus!!! Voltei novamentre dois dias depois, só para tomar umas coronas e aproveitar a praia em frente ao restaurante, que foi para mim, um dos melhores points de San Andres.

 

Andar no Centro com aquele carrinho de golfe é só para os fortes. Ele não passa de 20Km/h e é uma confusão com os carros normais. Ri horrores, porque a situação foi bizarra. No dia em que eu ia à Cayo Bolívar, houve um acidente em alto mar, que deixou mais de vinte turistas à deriva, já que o barco afundou. Esse acidente virou notícia e fez com que eu desistisse do passeio. Para substituir a atividade, resolvemos dar outra volta à Ilha, dessa vez com um quadriciclo Kawasaki, que anda um pouco melhor e aí, paramos novamente em Sound Bay, mas almoçamos em Rocky Kay. Portanto, mais uma dica: dê preferência ao quadriciclo, ainda que tenha que pagar 20.000 pesos a mais.

 

Rocky Cay - É uma praia, cujo acesso é feito pelo Cocoplum, uma espécie de clube com serviços all inclusive para o dia, mas que poderá acessar, independente de utilizar o clube. A praia é bem legal e a travessia até Rocky Kay  (uma ilha minúscula) é feita à pé. Do outro lado da ilha há um navio completamente enferrujado, que encalhou há muitos anos. É um cenário!

 

Johnny Cay, Haynes Cay e Aquário - Reserve um dos dias para os passeios de barco que levam às Ilhas dos arredores. Não esqueça de comprar as sapatilhas de neoprene (baratíssimas nas lojinhas da Peatonal, nem pense em comprar no Brasil). Conforme o barco vai saindo da marina, seu queixo vai caindo de acordo com a mudança dos tons de azul. Primeira parada no Aquário, onde a transparência da água já te permite o contato visual com muitos peixes. A travessia para Haynes é feita a pé, com água na cintura desde o Aquário. Dá para ficar nessa ilhota por horas, pena que o tempo é curto, já que é controlado para seguir para Jonhhy Cay.

 

Jonhhy Cay - A ilha tem um lado com estrutura turística, bares, restaurantes, banheiros, cadeiras de praia e etc e o outro lado, muito mais atrativo, completamente deserta, areia branca como açúcar, mar com diversos tons, muitas iguanas. É claro que 80% do meu tempo foi gastando o obturador da câmera nesse lado. Desembarcamos na Peatonal e almoçamos no Café Café,  o melhor molho pesto da minha vida!

 

Optamos pelo Hostal Mar y Mar, que fica ao lado do aeroporto, mas não compromete o sossego, visto que saem poucos voos por dia e cinco minutos de caminhada nos leva à Peatonal. Foi uma boa relação custo x benefício,  já que o quarto era grande, com TV, frigobar e o melhor ar condicionado do mundo. O banho apesar de quente, deixou um pouco a desejar pela quantidade de água, algo que descobrimos ser um problema em toda ilha. Como não oferecia café da manhã, em um dos dias nos presenteamos com o café do Decameron (o cinco estrelas da Peatonal) e nos demais, utilizamos o quiosque do Valdez (que bolo de cenoura com amêndoas!!!).

 

 

Cartagena das Índias

 

Dica um: voo direto de San Andres para Cartagena pela Copa. Outra dica: ficar dentro da Cidade Murada, ainda que a opção hoteleira seja mais cara para serviços inferiores, o que pra mim não é um problema, pois eu só preciso de uma cama confortável, um ar condicionado decente (pensa em um lugar quente!) e um banheiro limpo e nisso o hotel Balcones de Alhehi B&B atendeu e muito bem!

 

Cartagena é o tipo de lugar que até para sentar em um café e ver a vida passar, vale a pena. Respira-se história. Os espanhóis chegaram por lá no fim do século XV. A colonização da Colômbia começou pelo litoral, como os demais países da América, com a perseguição dos índios e a escravização dos negros trazidos da África (tudo indica que os índios não se entregaram com muita facilidade e por isso, importaram os africanos). Em 1811, a cidade foi o primeiro território colombiano a conquistar a liberdade. 

Com a fama de cidade rica e próspera, Cartagena era alvo fácil para piratas e corsários, sendo assim, o Rei Felipe II constriu os 11 Km de muralhas como proteção pelo mar, mesmo objetivo da construção do Castelo de San Felipe de Barajas, mas esse como proteção contra invasões por terra.

 

Para começar, chegando à tarde, como eu, a primeira coisa à fazer é assistir ao pôr do sol no Café del Mar, sim o verbo é esse mesmo: assistir. Porque é uma obra prima. O serviço do bar não é lá um espetáculo, mas tome uma cerveja para curtir o momento.

No dia seguinte, uma excelente opção é fazer o Free Walking Tour, que sai às 11:00 da porta do Museu Naval. É um meio de conhecer detalhes da história local, se integrar com pessoas diferentes e passar a conhecer bem as ruas em que se perderá por muitas vezes enquanto estiver por lá. Ruas estas que foram descritas em perfeição por Gabo em O amor nos tempos do cólera, o livro que esteve por muitas vezes na minha cabeceira.

 

E as Islas do Rosario? Bem... Há quem diga que quem foi à San Andres, acha o passeio desnecessário. Eu gostei! É um outro foco. Eu só não fui ao tal parque dos golfinhos, preferi fazer o mergulho livre nos corais.

Mais uma dica: faça o passeio de chiva ao Convento de La Popa, ao Castelo de San Felipe, passando inclusive por Boca Grande.

 

De resto, se é que podemos chamar de resto, é se deixar inebriar pelas ruas da cidade murada e aproveitar os charmosos cafés, bares e restaurantes, dentre eles o italiano La Bruschetta e o argentino Patagônia, não conseguimos ir ao La Vitrola, porque depende de reserva, quase uma missão impossível. Entre uma refeição e outra, vale uma visita em La Paleteria, com destaque para o maravilhoso picolé de guanábana e arequipe, que nada mais é que graviola com doce de leite.

 

Confesso que perdi muita diversidade nos sabores, porque encarnei no Crepes y Waffles. Em Cartagena, a loja está em um prédio lindo, com um terraço fora do comum. Destaque para o crepe peruano com camarões e aji e o Cleóprata, um misto de doce de leite, chantilly, frutas vermelhas e sorvete de amora.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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San Andres

Cartagena das Índias

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