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COM SUA PRESENÇA, BONITO FICOU LINDO

 

Eu ainda tinha dez dias de férias e a Gol divulgou uma promoção com retorno por R$ 39,00, logo só cabia uma decisão: escolher o destino, pensando em onde poderia ir sozinha sem me sentir solitária. Afinal, eu precisava de um tempo só pra mim, tirando férias do trabalho, de casa, das pessoas, enfim, da rotina e foi então que resolvi voltar à Bonito, já que em 1997 na primeira visita, não consegui fazer nada, já que foi no período de carnaval e a cidade estava abarrotada. Foi uma decisão acertada.

 

Previamente, pesquisei os roteiros que mais me agradariam, solicitei cotação de preço às agências locais e escolhi uma pousada próxima ao centro. Acertei na agência, mas quanto ao hotel, posso dizer que não foi um "pula-pulgas", mas há melhores, como pude comprovar ao trocar de pousada nos dois últimos dias, já que resolvi estender a viagem.

 

Foram nove horas do Rio até Campo Grande, devido a uma extensa conexão em Guarulhos. Na semana anterior, eu tinha contratado uma van pela agência, que já estava esperando no aeroporto. Mais três horas e meia e cheguei no hotel, podre de cansada, passei na agência para me interar do passeio do dia seguinte, comprei um sanduba e fui ao encontro de Morfeu.

 

A saída do hotel estava programada para cinco da matina, o relógio não despertou e acordei com a recepção me chamando. Por um milagre, convenci o motorista a me esperar e em cinco minutos eu estava pronta (ainda bem que tinha deixado tudo separadinho na noite anterior).

 

Para esse roteiro, há opção de hospedagem na fazenda ou day use, escolhida a segunda opção justamente pelo ponto de vista financeiro: o valor é 1/3 da hospedagem.

 

A programação do day use contempla um safári fotográfico, onde uma carreta adaptada para transporte de pessoas, percorre a fazenda com foco na observação dos pássaros e de mais alguns animais do pantanal, como os cervos, antas, capivaras e jacarés. Eu adoraria ter visto um tamanduá, mas eles não deram o ar da graça.

 

Retorna-se a sede da fazenda para almoço, bem honesto por sinal, com comidinha caseira e cuidadosamente acompanhada de doces de compota dos deuses.

 

Depois do descanso pós almoço, saímos em uma chalana para percorrer parte do Rio Miranda, com mais observação de pássaros, jacarés e pesca de piranhas. Voltamos à sede já com o por do sol e com a revoada de araras, que passam por lá para fazer uma boquinha antes de se recolherem para o soninho.

 

 

Flutuações

 

Bonito tem três opções de flutuação: Rio Sucuri, Rio da Prata e Aquário Natural. Quando comecei a ler sobre as opções de roteiros, tinha a ideia de fazer apenas um e acabei fazendo os três. Acho que o passeio seria perfeito se houvesse a transparência das águas do Sucuri, a fauna aquática do Rio da Prata e a flora do Aquário Natural. De uma forma geral, como os passeios são caros, se tivesse que indicar um só, seria o Rio da Prata, pelos seguintes motivos: é o passeio mais longo e com a maior variedade de peixes; tem a maior e local tem a melhor estrutura, inclusive o melhor almoço;

Rio Sucuri

Rio da Prata

Aquário Natural


Junto ao roteiro do Rio da Prata, pode-se fazer o Buraco das Araras no fim da tarde. O buraco é uma imensa dolina, onde as araras e curicacas se reunem para ver o pôr do sol... eu adorei o lugar!

 

A estrutura turística de Bonito prima pela organização. Todos os passeios são previamente agendados através das agências e o preço é o mesmo em qualquer uma. Para baratear um pouco o custo, há opção de utilizar o transporte compartilhado: uma van que passa de hotel em hotel e tem roteiros definidos para cada dia da semana. Por exemplo, sábado é o dia da Fazenda São Francisco, domingo é dia do Sucuri, segunda Rio da Prata e assim por diante. Outro benefício do compartilhado é a presença do guia mais divertido da região: o Azaléa (vulgo Aza).

Tive um pouco de falta de sorte, pois choveu por dois dias e com chuva praticamente todos os roteiros ficam suspensos. Como eu ainda tinha alguns dias de férias, troquei minha passagem de volta e fiquei mais dois dias, porque queria ver a Gruta do Lago Azul, cartão postal de Bonito. Muita expectativa e um pouco de decepção, já que se comparada ao Poço Encantado da Chapada, deixa a desejar.

 

No domingo, apenas meu segundo dia, após o Sucuri, tinha a tarde livre, aluguei uma bicicleta e fui rodar pelas ruas da cidade e peguei a estradinha para o Balneário do Sol, que fica a 10Km do centro... voltei no meio do caminho, morta com farofa! Voltei para o hotel para dar uma descansada boa e assistir ao jogo do Vasco pela TV. A noite, fui dar uma olhada nas lojinhas e parei no Taboa para tomar uma cerveja e um caldo de pacu. Pensei que fosse morrer ao sentar em um bar sozinha, mas nem doeu... mesmo porque, em Bonito isso é super natural. A cidade está sempre abarrotada de turistas sozinhos, coisa comum para os gringos e para os adeptos ao ecoturismo.

 

Na segunda, formamos o grupo que estaria junto nos roteiros dos dias seguintes: eu, uma mineira que fazia sua estréia viajando só, um português que estava na cidade pelo congresso de biologia, um casal carioca, uma mãe e filho de Curitiba, uma mineira que morava no Acre.

 

 

 

Grutas

Gruta de São Miguel é a única que pode ser visitada com chuva. Muitas formações, mas mais uma vez se comparada à Gruta da Torrinha ou da Lapa Doce na Chapada, deixa a desejar. Tivemos sorte, pois o guia que nos acompanhou era um dos geólogos que estudam as grutas da região e as explicações técnicas foi o diferencial.A Gruta do Lago Azul ficou para o último dia e como eu disse antes, é linda, mas ainda assim, não alcançou minhas expectativas.

 

 

 

Estância Mimosa

É um roteiro com uma trilha de 3Km que passa por muitas cachoeiras. Caí em algumas, mas o tempo começou a virar e o friozinho me impediu nas demais. Taí mais um lugar, que um bom guia faz toda a diferença e o nosso Aza é um especialista em formar grupos coesos e divertidos. Saímos da Mimosa, já com agendamento para o Taboa à noite (nossa mesa tinha mais de 15 cabeças e saímos mais de 3 da matina de lá... há séculos que eu não dormia tão tarde!). 

 

No penúltimo dia, minha galera foi pro Abismo Anhumas (eu até fiz o teste, mas cheguei à conclusão que a subida naquele rapel de 72 metros não combinaria com meus 70 quilos) e fiquei com o dia livre. Acordei mais tarde já no novo hotel (nos dois dias extendidos, troquei de hotel e dividi o quarto com a mineira), tomei o café com bastante calma (esse negócio de passeios todos os dias, nos obriga a cumprir rotina e horário) e mais uma vez aluguei uma bicicleta. Peguei 7Km de estrada até o Balneário Municipal, que estava fechado porque o rio Formoso havia subido muito devido às chuvas dos dias anteriores. Estiquei então até o Parque Ecológico, tirei umas belas fotos e resolvi fazer a cavalgada. Adorei, já que há uns 10 anos que não subia em um cavalo.

 

Depois de 7 Km de bicicleta, uma hora sobre o cavalo (com direito a pequenos trotes) e mais 7 Km de bicicleta no retorno, minha coluna ficou em frangalhos.... salve, salve o relaxante muscular que tinha na necessaire!

 

Táboa

É o bar que bomba na cidade. Na verdade, é uma cachaçaria cujo produto se chama "táboa". A noite tem música ao vivo e todas as caras que vemos durante o dia nos passeios cruzamos por lá... No sábado, teve um forró que foi o máximo. Acho que tomei umas cinco caipirinhas e voltei pro hotel antes que passasse "mais" da conta. Agência

 

Utilizei a Big Tour para todos os roteiros. Recomendadíssima! Só a agradecer à Tatiane, Carla e Priscila pela imensa paciência, pois trocamos os roteiros milhões de vezes e não houve nem sombra de má vontade. Fiz a locação da máquina subaquática diretamente lá (essa despesa é muito válida! As fotos ficam muito legais).

 

 

Projeto Jibóia

O projeto é pouco divulgado nos sites de Bonito, apesar de bem interessante, além de ser uma ocupação para a noite, ser barato e da palestra super divertida, de quebra ainda podemos tirar uma foto com a jibóia servindo de encharpe. 

Parabéns ao Henrique, mentor do projeto e palestrante.

 


Pastel de jacaré com suco de guavira e sorvete assado:

O melhor pastel fica na rua principal, um pouquinho depois do Tapera (um restaurante bem conhecido que tem uma placa na porta dizendo: "esse restaurante não foi recomendado pelo Guia 4 Rodas - tosco!!!). Lá mesmo, encontra-se o suco de guavira.

O sorvete assado, vale pela curiosidade. É um sorvete que vai ao forno com frutas e marshmallow por cima, este impede que o sorvete derreta, fazendo uma casquinha crocante por cima.

 

O Ricardo Freire, aquele jornalista mega famoso que tem colunas em vários jornais e nas rádios, além de um blog muito bom: o Viaje na viagem, fez um comentário muito interessante sobre viajar sozinho, ele diz: "antes só que desacompanhado". Optando por viajar sozinho, deverá carregar três itens: uma máquina fotográfica (excelente companhia para quem é apaixonado pela 8ª arte), um livro e um ipod com suas músicas. Nos roteiros de passeios locais, deixe os últimos itens no hotel e se misture às pessoas. Essa é uma receita infalível para uma good trip. Não foi minha primeira viagem sozinha, mas foi a primeira que tirei por precisar de um tempo pra mim com férias de tudo: trabalho, casa, marido, filho, rotina... e tudo deu certo, porque eu mereço!!

 

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